Ao ócio da vida
Me acostumei
Entreguei-me à bebida
Desejei morrer.
Bebi com a tristeza
Brindei à depressão
Não havia beleza
Somente solidão
Recordando nossa vida
Momentos de felicidade
A cada gole de bebida
Andando pela cidade
Minha vida não havia sentido
Era um poço de solidão
Sentia-me arrependido
De ter expulsado você do meu coração.
Era um cão sem dono
Um pobre vagabundo
A vagar pelas calçadas
Triste moribundo
Uma dor ininterrupta
Destruía o coração
Saudade abrupta
Aliada à solidão
Na mente vã
Imagens dos seus beijos
Como o doce da maçã
Despertando meus desejos
Me tornara uma criatura noturna
Sedenta de sangue e agressiva
Na esperança de preencher a lacuna
Da minha pobre e triste vida
A verdade estava nua
Toda noite era essa rotina
Como a luz da lua
Envolta na neblina
A alegria batia à porta
Mas o orgulho me detinha
Lucidez morta
Saudade que definha
E no auge da loucura
Sentia muita dor
Mas logo encontrei a cura
Que era você meu grande amor.